Computação forense: o que é e para que serve?

Computação forense: o que é e para que serve?

Quantas notícias no dia a dia você lê sobre fraudes e crimes envolvendo dispositivos digitais?

No cenário atual, estamos cercados de informações sobre crimes cibernéticos, que, por sua vez, representa uma epidemia que acomete cada vez mais a rede mundial de computadores, e como resultado disso o mercado de computação forense aumenta proporcionalmente.

Mas afinal, o que é computação forense e para que serve?

Primeiramente, técnicas da computação forense são utilizadas para solucionar os atos ilícitos praticados no mundo virtual, que envolve a coleta e análise de dados para investigação.

Essa área possui diversas metodologias para realizar análises e obter informações utilizadas como provas de um crime em um processo judicial.

Veremos mais sobre computação forense adiante. Fique até o fim!

O que é computação forense

Computação forense ou ciência forense computacional é um ramo da ciência forense, que utiliza métodos para manipular evidências do computador para obter informações para determinada investigação de crimes [1].

Esse processo, em geral, divide-se em 3 (três) etapas, a saber:

Aquisição de dados: Processo pelo qual se obtém dados da fonte original, sem danificá-los ou modificá-los, e é importante observar que existem diversas ferramentas para auxiliar os profissionais de alçada a realizarem esta etapa.

Preservação de dados: É a etapa de preservar ou manter íntegra a evidência digital adquirida. Aqui utilizam-se algoritmos de hash criptográficos.

Análise de dados: É a etapa para estudar os dados adquiridos, procedendo a uma análise e extração dos mesmos. Possuindo subetapas próprias, dentre elas: identificação de partições, endereços de IPs do computador e outros.

Para que serve a computação forense?

O objetivo da computação forense é analisar uma mídia digital, digamos, de maneira forense, com o intuito de identificar, preservar, recuperar, analisar e apresentar todos os fatos e opiniões sobre a informação digital obtida ou extraída.

Embora a computação forense esteja associada à investigação de crimes de informática, essa disciplina também é adotada em processos cíveis, pois  envolve técnicas e princípios semelhantes à recuperação de dados, porém com diretrizes e práticas adicionais desenvolvidas para criar uma trilha de auditoria legal.

Em linhas gerais, a computação forense serve para desvendar crimes virtuais, como roubos de identidade, crimes financeiros, entre outros. Além disso, busca informações não vistas a olho nu, e, para tanto, são utilizadas técnicas especiais para rastrear as informações.

A Computação Forense está em pleno desenvolvimento e cresce cada dia mais frente ao mundo, o qual está cada vez mais conectado.

Se não houver o devido cuidado com a segurança da informação, o risco do usuário ou uma organização ter suas informações comprometidas é demasiadamente alto.

Para melhor entendimento, podemos resumir que:

  • A computação forense é uma área que utiliza recursos computacionais para obter informações e analisar dados de um computador ou outro dispositivo tecnológico.
  • Serve para solucionar crimes cometidos, principalmente crimes virtuais.
  • Na computação forense, é possível extrair diversos dados (até mesmo dados excluídos), como mensagens enviadas e recebidas, documentos salvos e etc., com o objetivo de provar a autoria e a motivação de determinado crime.
  • Ao realizar o levantamento e a análise de dados, é gerado um relatório pelo profissional, para auxiliar a justiça na tomada de decisões.

Análise forense

Em resumo, o trabalho de uma análise forense consiste em aplicar conhecimentos e metodologias científicas de diversas áreas, para realizar investigações criminais.

O principal objetivo é obter a avaliação de um especialista sobre temas relacionados ao âmbito judicial, por isso a razão da denominação “forense“, que se relaciona a foro, que, por sua vez, é o local onde se processa a aplicação da justiça.

Além disso, a análise forense é frequentemente atrelada à perícia criminal, entretanto, é uma prática com um ambiente de atuação mais amplo.

Pode-se dizer que são submetidos à análise forense os materiais coletados em cenas de crimes, fragmentos de objetos, imagens, áudios e até mesmo vestígios online.

Como funciona a análise forense?

A prática forense segue uma metodologia científica, desta forma, para cada área do conhecimento, conforme o objetivo pretendido e normas legais específicas, utilizam-se ferramentas de análise específica e uma série de etapas.

Em resumo, podemos apresentar o funcionamento da análise forense do seguinte modo:

  • Levantamento de informações: Estabelece o contexto inicial, os fatos e elementos materiais.
  • Coleta e documentação de vestígios: Etapa que trata as hipóteses, portanto, é preciso o reconhecimento e produção das provas, além da sua preservação e análise.
  • Correlação de vestígios: Etapa que verifica a relação entre os materiais coletados, para elucidar e interpretar o caso.
  • Reconstrução dos eventos: Essa etapa se associa com os procedimentos e análises realizadas, permitindo entender os fatos que geraram as evidências.

Vamos apresentar um exemplo:

Dentro da área forense computacional, quando ocorre investigações sobre pornografia infantil, geralmente, o caminho é o seguinte:

  • Primeiramente, ocorre o levantamento dos indícios que estabelecem a situação;
  • em seguida, acontece a apreensão de equipamentos, como computadores, celulares e outras mídias;
  • além disso, tem-se o levantamento e documentação das evidências digitais, com o uso de ferramentas diversas;
  • na sequência, realiza-se, também, a análise e correlação das provas por meio de metodologias específicas;
  • por fim, são reconstruídos os eventos, para responder quem cometeu o crime, quando, onde e de que forma o crime ocorreu.

Após todas as etapa, os profissionais elaboram os laudos, apresentando os resultados da investigação forense. Esses profissionais envolvidos podem apresentar os resultados em tribunais.

Perícia Computacional

A Perícia Forense Computacional é um dos campos de atuação de Perícia Judicial, que também inclui outras especialidades, como: médica e engenharia civil.

A Perícia Judicial auxilia na resolução de casos que precisam de análises específicas.

Basicamente, o fluxo de trabalho da área de Perícia Forense Computacional se dá pelas etapas: coleta de evidências, análise de evidências e relatórios sobre os resultados.

A Perícia Computacional envolve questões ligadas aos crimes praticados na Internet ou fora dela, conhecidos como cibercrimes, com foco em estudar como fazer a coleta de evidências de crimes, como analisar e documentar casos.

Conclusão

Enfim, a Computação Forense consiste na utilização de métodos científicos para preservar, coletar, analisar, documentar e apresentar evidências digitais.

A aplicação desses métodos científicos nem sempre ocorre de maneira simples.

A evidência digital é a informação armazenada ou transmitida em meios digitais. Essa evidência é frágil e volátil, exigindo atenção do perito para isolar e extrair os materiais de valor probatório de forma correta. Esses materiais são utilizados em um tribunal de justiça como prova ou mesmo como parte de um laudo pericial.

Conforme podemos perceber, nas últimas décadas notamos uma explosão no uso da tecnologia em todas as áreas, tanto de empresas como no dia-a-dia das pessoas. Além disso, não é novidade que os criminosos acompanham e usam a tecnologia para praticar crimes.

A medida que a tecnologia cresce no mercado, é preciso especializações e conhecimentos específicos para atuar na área. Portanto, é fundamental ter conhecimentos na área de computação forense para compreender crimes realizados no mundo virtual.

 


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